Entrevista: Secretário diz que dados sobre Desenvolvimento Humano em Nova Olinda divulgados pela ONU mostram uma cidade em franco crescimento econômico e social
O secretário municipal de Administração José Alysson dos Santos Silva (foto) disse em entrevista à Rádio Nova Olinda FM, nesta quarta-feira, que a cidade de
Nova Olinda está em franco desenvolvimento econômico e social, sobretudo, na
última década. A afirmação faz parte da análise feita pelo secretário do Índice
de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), divulgado esta semana pelo Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em parceria com o Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e com a Fundação João Pinheiro. A cidade
atingiu IDHM de 0,625 e, em comparação, com as duas últimas vezes em que o
índice foi divulgado, em 1998 (referentes a dados de 1991) e em 2003 (com dados
de 2000), Nova Olinda teve um incremento no seu IDHM de 99,68% nas últimas duas
décadas, acima da média de crescimento nacional (47,46%) e acima da média de
crescimento estadual (68,40%). O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a
distância entre o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1, foi
reduzido em 45,41% entre 1991 e 2010.
Durante a entrevista o secretário lembrou que o estudo do PNUD é publicado
uma vez a cada dez anos e traz para o âmbito municipal o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) global, divulgado anualmente pelo PNUD e que mede
o desenvolvimento humano dos países. Ele também explicou que o IDHM, que faz
parte do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, é medido por uma
escala que vai de zero a um – e quanto mais próximo de um, melhor o
desenvolvimento do local.
José Alysson fez comparações para demonstrar o crescimento obtido pelo município
ao longo das duas últimas décadas, o que, na sua avaliação, aponta uma
significativa melhoria da qualidade de vida da população novo-olindense, sendo,
ainda mais acentuada na década passada que incluiu a gestão do prefeito Afonso
Domingos Sampaio.
Nesse período, o
IDHM passou de 0,451 em 2000 para 0,625 em 2010 - uma taxa de crescimento de
38,58%. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do
município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 31,69% entre 2000
e 2010. Para o secretário isso demonstra claramente o aumento da qualidade de
vida em Nova Olinda.
Ranking
O ranking nacional traz Nova Olinda na 3587ª
posição, em 2010, em relação aos 5.565 municípios do Brasil, sendo que 3586
(64,44%) municípios estão em situação melhor e 1.979 (35,56%) municípios estão
em situação igual ou pior. Em relação aos 184 outros municípios do Ceará, Nova
Olinda ocupa a 59ª posição, sendo que 58 (31,52%) municípios estão em situação
melhor e 126 (68,48%) municípios estão em situação pior ou igual.
Abaixo você confere a apresentação das análises dos
principais indicadores que compõem o IDHM, bem como, as conclusões do
entrevistado.
População
Entre 2000 e 2010, a população de Nova Olinda teve uma taxa média de
crescimento anual de 1,67%. Na década anterior, de 1991 a 2000, a taxa média de
crescimento anual foi de 0,69%. No Estado, estas taxas foram de 1,01% entre
2000 e 2010 e 1,02% entre 1991 e 2000. No país, foram de 1,01% entre 2000 e
2010 e 1,02% entre 1991 e 2000. Nas últimas duas décadas, a taxa de urbanização
cresceu 60,81%.
Estrutura Etária
Entre 2000 e 2010, a razão de dependência de Nova Olinda passou de
75,82% para 57,98% e o índice de envelhecimento evoluiu de 6,93% para 8,54%.
Entre 1991 e 2000, a razão de dependência foi de 88,67% para 75,82%, enquanto o
índice de envelhecimento evoluiu de 6,12% para 6,93%.
Longevidade, mortalidade e fecundidade
A mortalidade infantil (mortalidade de crianças com menos de um ano) em
Nova Olinda reduziu 59%, passando de 53,3 por mil nascidos vivos em 2000 para
21,6 por mil nascidos vivos em 2010. Segundo os Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio das Nações Unidas, a mortalidade infantil para o Brasil deve estar
abaixo de 17,9 óbitos por mil em 2015. Em 2010, as taxas de mortalidade
infantil do estado e do país eram 19,3 e 16,7 por mil nascidos vivos,
respectivamente.
Educação
Crianças e Jovens
A proporção de crianças e jovens frequentando ou tendo completado determinados ciclos indica a situação da educação entre a população em idade escolar do município e compõe o IDHM Educação.
No período de 2000 a 2010, a proporção de crianças de 5 a 6 anos na escola cresceu 34,70% e no de período 1991 e 2000, 78,02%. A proporção de crianças de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do ensino fundamental cresceu 163,51% entre 2000 e 2010 e 220,04% entre 1991 e 2000.
A proporção de jovens entre 15 e 17 anos com ensino fundamental completo cresceu 159,71% no período de 2000 a 2010 e 176,22% no período de 1991 a 2000. E a proporção de jovens entre 18 e 20 anos com ensino médio completo cresceu 192,16% entre 2000 e 2010 e 256,10% entre 1991 e 2000.
Em 2010, 64,08%
dos alunos entre 6 e 14 anos de Nova Olinda estavam cursando o ensino
fundamental regular na série correta para a idade. Em 2000 eram 40,46% e, em
1991, 19,01%. Entre os jovens de 15 a 17 anos, 25,24% estavam cursando o ensino
médio regular sem atraso. Em 2000 eram 6,08% e, em 1991, 2,24%. Entre os alunos
de 18 a 24 anos, 8,49% estavam cursando o ensino superior em 2010, 3,03% em
2000 e 2,08% em 1991.
Nota-se que, em 2010 , 2,74% das crianças de 6 a 14 anos não frequentavam a escola, percentual que, entre os jovens de 15 a 17 anos atingia 26,89%.
Nota-se que, em 2010 , 2,74% das crianças de 6 a 14 anos não frequentavam a escola, percentual que, entre os jovens de 15 a 17 anos atingia 26,89%.
População Adulta
A escolaridade da população adulta é importante indicador de acesso a
conhecimento e também compõe o IDHM Educação.
Em 2010, 37,58% da população de 18 anos ou mais de idade tinha completado o ensino fundamental e 22,73% o ensino médio. Em Ceará, 48,83% e 32,05% respectivamente. Esse indicador carrega uma grande inércia, em função do peso das gerações mais antigas e de menos escolaridade.
A taxa de analfabetismo da população de 18 anos ou mais diminuiu 19,67%
nas últimas duas décadas.
Anos Esperados de Estudo
Os anos esperados de estudo indicam o número de anos que a criança que
inicia a vida escolar no ano de referência tende a completar. Em 2010, Nova
Olinda tinha 9,88 anos esperados de estudo, em 2000 tinha 7,48 anos e em 1991
5,73 anos. Enquanto que Ceará, tinha 9,82 anos esperados de estudo em 2010,
8,22 anos em 2000 e 6,27 anos em 1991.
Renda
A renda per capita média de Nova Olinda cresceu 183,64% nas últimas duas
décadas, passando de R$95,93 em 1991 para R$198,86 em 2000 e R$272,10 em 2010.
A taxa média anual de crescimento foi de 107,30% no primeiro período e 36,83%
no segundo. A extrema pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda
domiciliar per capita inferior a R$ 70,00, em reais de agosto de 2010) passou
de 61,74% em 1991 para 40,90% em 2000 e para 23,04% em 2010.
A desigualdade diminuiu no ano de 2010 em
relação ao ano 2000: o Índice de Gini (mede a desigualdade da renda) passou de
0,52 em 1991 para 0,65 em 2000 e para 0,57 em 2010.
Trabalho
Taxa de Atividade e de Desocupação 18
anos ou mais - 2010
Entre 2000 e 2010, a taxa de atividade da população de 18 anos ou mais (ou
seja, o percentual dessa população que era economicamente ativa) passou de
55,86% em 2000 para 57,69% em 2010. Ao mesmo tempo, sua taxa de desocupação (ou seja, o percentual da população
economicamente ativa que estava desocupada) passou de 4,53% em 2000 para 5,48%
em 2010.
Em 2010, das pessoas ocupadas na faixa etária
de 18 anos ou mais, 30,42% trabalhavam no setor agropecuário, 9,92% na
indústria extrativa, 8,84% na indústria de transformação, 4,62% no setor de
construção, 0,71% nos setores de utilidade pública, 11,28% no comércio e 28,41%
no setor de serviços.
Habitação
Indicadores de Habitação - Nova
Olinda - CE
|
|||
1991
|
2000
|
2010
|
|
% da população em domicílios com
água encanada
|
17,67
|
50,90
|
80,98
|
% da população em domicílios com
energia elétrica
|
45,09
|
88,99
|
99,80
|
% da população em domicílios com
coleta de lixo. *Somente para população urbana.
|
60,17
|
84,46
|
94,63
|
Ao
analisar todos estes dados o secretário fez “uma avaliação positiva, especialmente, porque
Nova Olinda continua sendo uma das principais cidades ranking do IDH 2013,
sendo destacada no cenário nacional em todos índices indicadores de saúde,
educação e renda”, explica.
Ele
pontuou que os dados da pesquisa é também um alerta dos problemas ainda
persistentes como a extrema pobreza que ainda atinge 23% da nossa população em
que pese uma considerável redução de cerca de 30% na última década e ao mesmo
tempo um desafio de continuar com o ritmo de crescimento econômico e redução
das desigualdades sociais experimentadas ao longo dos últimos dez anos. José
Alysson ponderou que "Nova Olinda ainda está no ranking das cidades
brasileiras que têm IDH considerado médio situado na faixa de médio
desenvolvimento entre o, 6 e 0,699, e onde a faixa 0,7-0,799 corresponde a
desenvolvimento alto e igual ou superior a 0,8 o desenvolvimento muito alto",
diz.
Mas, o que importa hoje para o secretário é que nossa cidade tem tido uma
evolução notável. Isso mostra que, nos últimos 20 anos, e especialmente na
última década, as políticas sociais, de inclusão, saúde e educação trouxeram
consequências na longevidade, porque o índice de saúde é medido pela
expectativa de vida das pessoas. Quanto à renda e escolaridade, houve avanços importantíssimos,
e isso tudo demonstra que estamos no caminho certo”, relata.
O titular da secretaria de administração destacou que “o governo Ronaldo
Sampaio está pronto para continuar com os projetos de bom êxito e desenvolver
novas ações para garantir o crescimento do IDH do município de Nova Olinda”,
concluiu.
O nosso entrevistado é formado em geografia e pós-graduado em
paleontologia.
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