[Editorial] Insegurança faz os novo-olindenses viverem com medo e presos em suas próprias casas
Assaltos, homicídios, furtos, perseguições policiais, aonde? Era a
pergunta que se fazia há não muito tempo, mas hoje ao ouvir e ver essas
manchetes dos cadernos policiais o novo-olindense já não tem mais dúvidas de
que o fato se deu aqui. Justamente na nossa ‘pequena’ Nova Olinda.

Desde 2012 a cidade
de Nova Olinda entrou para as estatísticas como uma das 500 cidades mais
perigosas do Brasil segundo o Mapa da Violência 2016 – Homicídios por Armas de Fogo
no Brasil, elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais
(Flacso) com base no Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde.
Esse
título horroroso, infelizmente, demonstra uma triste realidade que o povo de
Nova Olinda sente na pele todos os dias que é a sensação de insegurança. Nem mesmo
dentro de casa, nos sentimos mais seguros.

Se nos primeiros dados estatísticos, que fizeram a nossa cidade entrar para o rol da fama das cidades mais violentas do país, imperavam os números de mortes violentas no trânsito como os dados divulgados em 2007, hoje, infelizmente os crimes de morte por arma de fogo foram determinantes para a cidade entrar para esse grupo nada seleto de municípios com alta taxa de mortes violentas constatadas no relatório divulgado no ano passado com dados referentes aos homicídios ocorridos entre 2012 e 2014.
O levantamento mostra Nova Olinda com índice de 41,1 % de mortes por grupo de 100 mil habitantes com média de 6 assassinatos por ano. Quanto ao sexo das vítimas prevalece o masculino. Já em relação a idade a maioria das vítimas estão na faixa etária entre 18 e 29 anos.
Somente este ano a Polícia Militar (PM) já registrou três mortes por arma de fogo no município, todas, com características de execução por prática de pistolagem.
A cada ano que passa a cidade fica mais insegura. E insegurança é sinônimo
de intranquilidade e medo.
A porta sempre aberta e as cadeiras dispostas nas calçadas para trocar conversas entre a família e vizinhos vem, aos poucos e constantemente, sendo substituídas por grades nas portas, cercas elétricas e bate papo, preferencialmente, em redes sócias. Até os encontros na praças não tem mais ocorrido com a mesma frequência.
Essa mudança de postura nas pessoas é vista como uma atitude de auto-defesa diante da ineficiência do estado frente ao combate à criminalidade.
De acordo com o comando do 2º Batalhão da PM com sede em Juazeiro do Norte os crimes que mais tem aumentado no município são as práticas de roubos e assaltos que desafiam as forças de segurança e respondem pela maior sensação de insegurança e de medo nas pessoas.
A porta sempre aberta e as cadeiras dispostas nas calçadas para trocar conversas entre a família e vizinhos vem, aos poucos e constantemente, sendo substituídas por grades nas portas, cercas elétricas e bate papo, preferencialmente, em redes sócias. Até os encontros na praças não tem mais ocorrido com a mesma frequência.
Essa mudança de postura nas pessoas é vista como uma atitude de auto-defesa diante da ineficiência do estado frente ao combate à criminalidade.
De acordo com o comando do 2º Batalhão da PM com sede em Juazeiro do Norte os crimes que mais tem aumentado no município são as práticas de roubos e assaltos que desafiam as forças de segurança e respondem pela maior sensação de insegurança e de medo nas pessoas.
Diante desse cenário de caos, aonde vamos parar?
Ontem mesmo, por volta das 20 horas, um jovem saiu de casa para
comprar uma bebida energética para levar para casa e, na saída do
estabelecimento comercial, que fica no centro da cidade [próximo a igreja
matriz], foi alcançado por dois elementos armados, numa
motocicleta, e anunciaram o assalto. O jovem, com a idade parecida com a dos
próprios bandidos - segundo o relato das características [ entre 19 e 24 anos] - agiu rapidamente se
aproveitando da potência do seu carro e conseguiu fugir da ação criminosa.
No entanto, nesse ato mais impensado do que o recomendado o garoto arriscou a própria vida para defender o seu patrimônio, que era o veículo em que ele estava. Imediatamente a polícia local foi informada do fato, mas como tem se tornado repetitivo, depois de várias diligencia os policiais não obtiveram o êxito em identificar e prender os assaltantes.
No entanto, nesse ato mais impensado do que o recomendado o garoto arriscou a própria vida para defender o seu patrimônio, que era o veículo em que ele estava. Imediatamente a polícia local foi informada do fato, mas como tem se tornado repetitivo, depois de várias diligencia os policiais não obtiveram o êxito em identificar e prender os assaltantes.
Pelo menos, nesse caso, os bandidos também não obtiveram êxito no
roubo.
Melhor sorte não teve o proprietário de um posto de lavagem de veículos localizado no centro da cidade. De acordo com o relatório de ocorrência da Unidade Policial local, também ontem, por volta do meio dia, dois elementos montados em uma motocicleta, chegaram ao “lava jato” armados de revólver e anunciaram “um assalto”. Na ação, os bandidos levaram cerca de 150 reais do estabelecimento comercial. Em seguida, fugiram seguindo um rumo ignorado.
Não por falha, este texto jornalístico não informou o
local das ocorrências citadas à cima. E sim, como eu já disse no início deste artigo, foi-se o tempo em que ao ouvir ou ler notícias dessa categoria de assaltos, roubos,
tentativas, homicídios, drogas, o interlocutor perguntava: aonde foi isto? Em Nova
Olinda, respondo.
Se perder a peculiaridade de cidade pacata e ordeira como exprime no
seu hino municipal “...Devota e bela, formosa e gentil” é um preço a pagar pelo
“progresso que ostentas serena” também retirado do hino da cidade, então, os
novo-olindenses estão pagando um preço muito caro por esse chamado
desenvolvimento que atraiu ao longo das últimas duas décadas uma população
imigrante que promoveu um crescimento demográfico vertiginoso no período de
1999 saindo de 11 mil e 267 habitantes para os atuais 15 mil e 48 habitantes
segundo dados do DATA SUS – Ministério da Saúde, sendo a área urbana a grande
concentradora desse povoamento, e que é um dos fatores apontados por populares para o incremento da violência no município no mesmo período.
fotos: Ranilson Silva e de redes sociais
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